quarta-feira, 29 de abril de 2020

O que está acontecendo?





A impressão que eu tenho é que as pessoas se encontram em uma espécie de transe. Não há outra explicação. Não queria ser ofensiva, mas não existe outra maneira de me expressar se não for assim. Mas também, porque de um tempo para cá precisamos ficar preocupados em não ofender essa ou aquela pessoa? Em que momento as pessoas perderam tanto sua autoestima a ponto de se ofender com tudo, de se ofender com as opiniões alheias?

Vejo pessoas cada dia mais se fazendo de vitimas da vida, das circunstâncias, da sociedade, do governo. E com isso surge uma notável necessidade de se justificar de alguma maneira por suas fraquezas. Observo pessoas se digladiando em prol de suas escolhas. Escolhas essas em grande parte sem fundamento, pois algumas não se informam, e muito menos se inteiram do contexto real de suas lutas ilusórias. Estão tão presas em seus véus de ilusão que não conseguem perceber o quão retrogradas se tornaram, o quão enfadonhas se encontram.

Há muito se perdeu a percepção de interpretar textos, ou até mesmo ouvir uma opinião contrária para calibrar com a sua própria em prol de perceber os próis e os contras, chegando assim a um denominador comum. Ao invés disso, se ofendem, se condoem, tentam a toda maneira fazer com que as pessoas engulam suas verdades galgadas em bases frágeis com certa rispidez. Ora, não seria a aspereza de certa forma a retratação aguda de ignorância?

 Às vezes me pego perguntando o que realmente acontece, o que ocasiona esse grande e insalubre enlevo coletivo. Fui criada observando e ciente de que a agressão é o argumento dos obtusos, seja ela por gestos ou palavras e sempre me lembro da história da carroça, de que quando vazia faz bastante barulho e se cheia pouco se ouve e começo a compreender o silencio dos versados.

Falando em tempos modernos, observo que as pessoas estão tão parvas e presas em se mostrar politicamente corretas. Certo dia fiz uma postagem, (pasmem, com um desenho!) com uma analise crítica a quem faz suas ações sociais e expõe a pessoa que recebe para se vangloriar e uma pessoa, que de antemão ressalto o trabalho incrível com animais e arrecadações em prol do próximo, mas que tem um histórico de não ser muito equilibrada não soube interpretar a imagem e se condoeu porque fazia campanhas e se deu ao direito de fazer um textão que eu esclareci que nem leria, pois já começava justificando sua vida em função de suas ações, o que recebia por mês e transformava em doações, ora pois! Interpretação zero e majoração gritante de sua vaidade, ou uma pessoa completamente inábil de si? Minhas palavras fora - “não vou nem ler, você tem que ter certeza de quem tú és”.

Acho que tem fundamento ne?

Este foi apenas uma das tantas demandas que ando observando no cotidiano, pude citar essa por ter sido comigo, apenas um exemplo real, nada mais, mas o que mais me chocou foi a ausência de maturidade e despreparo mental que alcança cada dia mais e mais pessoas. E isso tem que parar!
Pegando particularmente o Facebook de ponto de observação, ficou chato. Era muito mais divertido antes desse derrame de opiniões cegas e julgamentos lapidados em mentes rasas. Era tudo mais suave antes das pessoas se tornarem tão chatas, tão cheias de suas verdades, tão egoicas.

Eu não tenho respostas para essa ilusão coletiva, porém, espero sinceramente que esse despertar de cada um, seja breve para que possam ativar o seu poder de observar e analisar o todo despido de seus julgamentos cheios de suas certezas involucras e assim poder contribuir para um mundo melhor, mais tolerante, mais empata, com mais amor.



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