segunda-feira, 4 de março de 2019

Cate Sua Caca!

Jornal impresso:
https://www.aguasclarasmidia.com.br/jornal-impresso

Matéria que foi capa no jornal impresso Águas Claras Mídia!
Disponível no link:
https://www.aguasclarasmidia.com.br/single-post/Cate-Sua-Caca



Cate Sua Caca!

04/03/2019
Em Águas Claras, basta um descuido e pronto, você foi premiado! As fezes de cães estão por toda a parte.

É uma questão já antiga, onde contar com o bom senso e educação, não surte efeito algum e se torna algo praticamente impossível.

Alguns donos do cachorro não percebem, ou podem até saber, mas não ligam para os problemas que as fezes podem causar. Além disso, os auxiliares de limpeza dos prédios se desprendem em seu tempo para lavar calçadas cheias de cocô de cachorro dos outros. “O cocô de cachorro é responsabilidade de seu dono, não vira adubo e as ruas não são depósitos de fezes, muito menos de xixi, o que geralmente também se ignora. O xixi é ácido, corrói, mata plantas. Os funcionários dos prédios não são pagos para limpar os dejetos dos cachorros alheios, ninguém é obrigado a limpar sujeira de ninguém, principalmente quando implica em saúde pública”, declara Alexandre Rodrigues Cavalcante - Sindico do Edifício Olímpia na Quadra 204 Sul.

Tanto as fezes quanto a urina incomodam e causam impactos diversos ao ambiente. Uma minoria carrega garrafinha com detergente para aplicar em cima de onde seu cão urinou. Durante o período chuvoso não percebemos, mas na época de seca, o cheiro se torna insuportável e os danos são grandes! Oxidação em placas e pilares, as plantas sucumbem à acidez da urina, as mudas não se desenvolvem e chegam a morrer. O gramado fica amarelado e pouco há conscientização sobre.

Em depoimento, Ana Carvalho moradora da Rua 26 Norte, relatou, se deparou com o caso de uma moradora de seu prédio que além dela mesmo não catar as fezes de seu cão, instruiu sua diarista a não fazê-lo também. Tudo isso por crer que o cocô se transforma em adubo. “Claro que se tivessem informação, jamais deixaria ali aquele dejeto. É compreensível que cada um dispõe de seu grau de higiene, mas o fato é que implica em doenças e quem tem cão deve ser responsável totalmente por ele e seu rastro. Não é justo deixar as fezes nas calçadas e gramados, apesar de eles terem todo direito de passear pelas ruas. Dizem que seus pets são como filhos, e por algum acaso quem tem filho, ao trocar suas fradas deixam-nas no meio da sala de estar? A rua é de todos, as calçadas nossas propriedades e extensão de nossas casas”. Protesta.

Para conhecimento, o cocô de seu cachorro não se transforma em adubo. Isso porque a composição das fezes do cachorro é muito ácida para a fertilidade do solo, e certamente poderá contamina-lo com bactérias e parasitas. Para o cocô de cachorro vir a ser realmente adubo é necessário passar por um processo de compostagem.

 Foto Luiza Frazão

A controversa é grande, a maioria não recolhe o cocô dos animais e cada um tem seus motivos, talvez por desconhecer o mal invisível e silencioso que está por traz desse simples gesto, talvez por vergonha, ou até mesmo por preguiça, o que é totalmente irracional, pois a implicação negativa de se deixar os dejetos pelas ruas e parques, atinge a todos, inclusive a quem deixou. E basta uma volta pela cidade para ver que o problema vem crescendo.

Diversas doenças transmitidas pelas fezes podem causar um grande mal-estar e, em alguns casos pode até ser fatal. Viroses e vermes podem ser adquiridos pelos cachorros e também pelos humanos ao terem contato com ambientes e animais contaminados pelas fezes de animais doentes ou portadores. As fezes de cães infestados por vermes também irão contaminar areia de parques, gramados e terra. As larvas provenientes desses ovos penetram na pele do humano e dos animais ao pisarem nesses locais. A lista é grande bastante e bastante preocupante. Entre os principais estão: Adenovírus, Parvovírus, Coccida, Tênia, Toxocaríase, E-coli, Giárdia.

Em 2017 A Médica Veterinária Ludmila Huming (CRMV-DF 1290), explica que houve uma explosão de contaminação por Giárdia em Águas Claras e que não foi fácil controlar.

“O não recolhimento além de ser uma falta de educação, ultrapassa as barreiras. É uma grande falta de higiene e um risco ambiental, tanto para população quanto para os animais. Existem certos tipos de doenças relacionadas diretamente com as fezes dos cães, como verminoses e alguns tipos de vírus. Uma das doenças que mais nos preocupa aqui em Águas Claras é a Giardíase. Em setembro de 2017 nós tivemos um aumento nas clínicas veterinárias decorrente do protozoário. A Zoonose se pronunciou e por falta de dados concretos, não considerou que tenha havido uma epidemia, mas nós como clínicos veterinários sentimos sim um aumento da casuística de Giárdia nos animais. E isso atrapalha na rotina, no bem estar e no convívio com os animais. A Giardíase pode ser transmitida de animal para animal pelo dejeto que não foi recolhido e também pode ser transmitido por um círculo maior para o ser humano através da saliva contaminada do animal. Justamente por esse motivo nós veterinários fazemos constantemente essa elucidação junto ao dono do animal Insistentemente, tentando educar as pessoas, colocando a disposição saquinhos de coleta nas praças, orientando sobre vacinação e vermifugação. Porém não adianta fazer prevenção se não há manutenção. A população tem que estar consciente de que não tem para onde fugir, e Águas Claras é uma cidade muito bonita com pessoas jovens, “antenadas”, de gente estudada e é inadmissível que seja conhecida como a cidade com mais casuística de contaminação justamente pela falta da coleta dos dejetos dos animais.”.

Outra doença também que podemos destacar seria conhecida vulgarmente como Bicho Geográfico que é transmitido das fezes para a areia e as pessoas podem se contaminar através do contato imediato da larva com a pele.

Os proprietários tem que se responsabilizar por combater isso, pois, para se criar um animal não basta somente levar ele ao pet shop para dar banho. Tem que levar ao veterinário fazer vermifugação, vacinar e que fezes devem ser catadas, pois vivemos em sociedade. Então faz parte do manejo e faz parte da educação e da responsabilidade do proprietário.

Muito mais do que um trabalho de conscientização é um trabalho que a gente pede a maior conscientização porque é questão de saúde pública, é questão de zoonose, é falta higiene. “Não é só a Giardíase, a gente fala muito sobre ela, pois é a doença que mais mostra sinais evidentes físicos, onde o animal faz vômito, faz diarreia com sangue vivo, fica prostrado, tem flatulência, tem dor abdominal, tem animais que chegam a ficar internados por conta desse protozoário”. Conclui Ludmila Huming.

Agora, existem também as outras doenças relacionadas à falta da conscientização da população que são os vermes em geral, tanto os vermes chatos quanto os vermes redondos que são transmitidos de animais para animais também através das fezes e por via oral. Então, quem não cantar as fezes dos seus animais acaba por contaminar aquele animal que o proprietário cata as fezes, aquele animal que faz o plano de vermifugação e que é vacinado. Esse animal acaba também sendo vítima de um comportamento errôneo de um tutor que não tem um entendimento, ou por preguiça ou por negligência, ou qualquer outro motivo que não faz cantar as fezes do seu animal.

Portanto, é importante salientar que antes da pessoa adquirir um animal de estimação ela tem que saber que ele é um ser vivo, que ele faz cocô e xixi, que dá trabalho e que cada um que tem o seu animal é responsável por cuidar do dele e do bem estar da comunidade como um todo.

E os perigos não são poucos! A Médica Veterinária Juliana Cataneo (CRMV-DF 1397) explica: “Devemos ter a ciência de que todo pet tem o direito de dar um passeio, mas precisamos estar observando o recolhimento das fezes, porque é importante e evita doenças. A Toxicaríase como exemplo, em crianças causa cegueira. Quando chove, as fezes dissolvem, espalhando os ovos na grama, na areia. É preciso se conscientizar imediatamente! A sociedade só entra em harmonia quando todos contribuem fazendo a sua parte como cidadãos civilizados que somos”.

Após conhecer as razões pelas quais devemos recolher as fezes dos cães de locais públicos, temos a certeza de que você, se ainda não adota essa prática, vai passar a adotar.

Para quem tem esse cuidado, o que enche de esperança são as crianças, que tem uma maior noção de coletividade em função do que é aplicado nas escolas. Além disso, os pequenos dão lições aos mais velhos, criticam os pais que jogam lixo na rua, que ultrapassam o sinal vermelho e questionam os que não catam o cocô dos cachorros.

Vera Lúcia Cardoso, moradora do Condomínio Espaço Veredas na Rua Alecrim, é um grande exemplo para a vizinhança. Sempre atenta com uma boa convivência, se esforça para que a praça de sua quadra seja um local harmonioso e familiar, livre do incomodo e do mau cheiro das pequenas “bombas” deixadas pelo caminho: “Os dejetos dos cachorros são um absurdo, e mesmo que sejam disponibilizados na praça saquinhos descartáveis para que se cate, alguns donos ignoram. No início era pior, houve pouca melhoria, mas ainda tem que melhorar muito. O número de animais é grande, e tenho feito minha parte me aproximado das pessoas e as conscientizando da necessidade do recolhimento. É um trabalho de formiguinha mesmo, e se eu puder contribuir para “apagar um incêndio” com minhas gotas, assim farei! O ParCão seria o lugar adequado para os animais, mas está bem estragado e sem conservação. Caso venha ser resgatado temos o projeto para ser aplicado, com um estilo mosaico onde será cimentado em formato de osso. Já começamos nos mobilizar para por em prática.” Explica.

O fato é que se o recolhimento é imediato quando os peludos fazem cocô em casa, porque não recolher também quando fazem nas ruas? Não se pode esquecer também que o cocô do cachorro atrai as moscas, que pousam nas fezes e depois contaminando inclusive nosso alimento. Ou seja, quanto mais fezes nas ruas, maior o numero de moscas e proliferação de doenças.

Foto Luiza Frazão
 Clarissa Hreisemnou com Antônio Jorge e Carlos Eduardo

Manter sua área residencial limpa é primordial para que haja uma boa consonância e bem estar para todos, afinal é por ali que você trafega todos os dias.

“O local onde passeio com meu cachorro, é o mesmo que passearei amanha. A responsabilidades de descer com o cachorro, implica em catar o cocô dele também. O risco de contaminação é grande, por isso quando passeio com os meus, cato a caca deles e as que estão ao redor também, pois ninguém é obrigado a estar pisando em cocô de cachorro, deixa nossa cidade mal cheirosa, e a maioria das pessoas não compreende isso. Assim como mantemos nossa casa limpa, precisamos sim atentar em deixar nossas ruas limpas. É um ato que não dura nem 2 minutos! Já me indispus com vizinhos que não catavam, oferecia saquinhos e até mesmo catei na frente deles, mas funcionou, hoje vejo esses mesmos vizinhos catando o cocô de seus cachorros com seus próprios saquinhos. Orgulho!”. Diz Clarissa Hreisemnou, moradora da Rua 24 Norte, “mãe” de Antônio Jorge e Carlos Eduardo.



Para conhecimento, o caos era tamanho em Belo Horizonte que em 2017 entrou em vigência a Lei 8616, artigo 33, regulamenta a obrigatoriedade do dono do animal recolher os dejetos deixados nos espaços públicos. Para quem infringir, o valor da multa é de R$100,00. Independentemente da lei e da dificuldade de sua aplicação, é necessário que os donos dos cães adotem uma postura de respeito com a cidade e o cidadão. A sujeira se acumula. Incomoda e junto com ela tem o mau odor. 

Algumas pessoas defendem a aplicação de multas em Águas Claras também, com a argumentação de que a grande maioria só atenta ao bem comum quando doí no bolso.

Certo é que os donos que não limpam o cocô de seus animais se não percebiam, agora já sabem que sempre terá alguém de olho neles! Portanto, cate sua caca!

Já segue nosso Instagram? Segue lá e participe dos nossos sorteios e saiba tudo que acontece em Águas Claras. @aguasclarasmidia

Contribua para a melhoria e desenvolvimento de nossa cidade! Participe do Grupo de Águas Claras Mídia de Moradores no WhatsApp – Envie nome, endereço e telefone para: contato@aguasclarasmidia.com.br  



Águas Claras Mídia – Sua Cidade em um Click

#AguasClarasMidia #AguasClaras #AguasClarasDF