segunda-feira, 9 de setembro de 2024

 

A Carência Emocional e o Ciclo de Ilusões

 



 

É triste observar como a carência humana se manifesta nas atitudes do dia a dia das pessoas que ainda não tiveram a chance de viver um amor pleno. Isso reflete diretamente em como elas lidam com suas relações na vida adulta.

A infância muitas vezes marcada pela falta de afeto ou pela rejeição, deixa marcas profundas. Essas marcas ficam evidentes quando esses adultos se contentam com tão pouco, aceitando migalhas de atenção, como se o pouco, fosse o suficiente para alimentar as ilusões criadas ao apegar-se emocionalmente a alguém por uma fantasia criada para preencher o vazio de uma vida inteira.

É como se essas pessoas vivessem constantemente na expectativa de serem validadas por qualquer mínimo gesto de carinho. Cada palavra, cada olhar é analisado minuciosamente em busca de um sinal qualquer de aprovação, de alento ou aprovação, mesmo que seja algo sem valor para o outro ou passageiro.

E então, o padrão sempre se repete: atraem relações problemáticas, se envolvem em dramas e aceitam prontamente o que é oferecido, mesmo que pouco, mesmo que seja qualquer coisa. É angustiante, como se essas pessoas não acreditassem que merecem algo mais, como se o amor fosse uma moeda rara, dada em porções minúsculas, e fosse preciso lutar para merecer algum pedacinho.

Fica claro então, que não é apenas uma questão de escolha, mas de cura emocional. A carência molda e força a buscar no outro a validação que não foi concedida no momento certo da vida. Sendo assim, essas pessoas acabam presas em um ciclo, onde a dor e a rejeição se misturam com a esperança de serem aceitos, sem que haja a percepção de que a verdadeira chave para romper esse padrão está dentro deles mesmos. Pois no fundo, o que precisam, não é a validação alheia, mas sim de um reencontro com o seu próprio valor.

O mais importante é que essas pessoas parem de infernizar a vida alheia com as ramificações de seu próprio lado sombra que são desencadeadas pelas ilusões fantasiosas criadas por sua carência.

 

 

 

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